terça-feira, 2 de novembro de 2010

a historia de paulo moura

este brasileiro de aparencia humilde é um retrato de injustiças acontecidas com muitos de nós nesse pais, vou contar-lhes a sua história.

 Nascido na cidade de serra talhada, filho de manoel moura de abricó e maria do carmo moura de abricó,paulo nasceu em uma familia que alem dele teve mais 7 irmãos,morava num casebre humilde, parecida com as palafitas que antes existiam em brasilia teimosa, teve que ajudar o pai e a mãe cedo a sustentar a familia, familia que trabalhava numa plantação de palma, uma especie de cactus do qual pode se tirar uma fibra que se produz cordas, cordões, barbantes,paulo aprendeu com seus irmãos e seus pais como fazer tudo aquilo que lhe foi ensinado, não estudava, mas trabalhava bastante, e o tempo que lhe restava de sobra ele brincava com sua coleção de cabeça de cabras, que ele encontrou no terrendo ao lado,eram somente cranios, ams como a imaginação de uma criança é bastante fertil, ele viu ali uma oportunidade de fazer delas seus brinquedos, ja que seus pais não tinha dinheiro suficiente para comprar nem uma bola sequer,os  anos iam passando, paulo via que os filhos de outros moradores da região, se mudavam  e nunca mais voltavam, curioso, paulo pergunou para o pai o porq daquilo acontecer, seu pai explicou que eles iam estudar e voltar somente quando fossem doutores, paulo perguntou a seu pai se ele tambem pderia fazer isso, e seu pai lhe respondeu que não, que ele o amará muito e não conseguiria ficar afastado dele e nem de outrois irmãos,paulo saiu calado e continuou a trabalhar com a retirada das palmas junto a seus irmãos,durante a noite aquele pensamento de virar doutror não saia da cabeça de paulo, mas ele sabia que seu ái nunca o deixaria ir,enquanto pensava, um grande barulho fora da casa o chamou a atenção, paulo aperriado achando que poderia ser algum animal, pegou a espingarda do pai e foi ver o que era, ao sair viu que era apenas um gato que havia derrubado uma spanelas, entao ele entrou novamente na casa, seu pai de dentro do quarto perguntou o que havia acontecido, e ao entrar no quarto com a arma na mão para dizer o que o pai queria saber, paulo tropeçou, caiu no chão e a arma disparou,, atingindo seu ´pai com um tiro certeiro na cabeça e o matando estantaneamente, sua mãe gritou muito pois ela estava do lado do pai, desesperada ela começou a bater em paulo que com muito medo atirou na barriga de sua mãe, matando-lhe aos poucos, os gemidos dela pedindo ajuda acordou os seus irmãos que chorando perguntaram o porq ele tinha feito isso,paulo então foi no armario do pai, colocou mais cartuchos na espingarda e saiu atirando em cada um dos irmãos, para que morressem e ele nao tivesse que explicar o que tivesse acontecido,no outro dia paulo deixou  acasa enterrou os corpos e foi embora para o recife, hoje ele é politico

beijo gay

OS HOMENS MODERNOS DE HOJE EM DIA,PODEM CONTEMPLAR O GOSTO SABOROSO DE UM BEIJO COM PESSOAS DO MESMO SEXO SEM MAIORES PROBLEMAS,DIFERENTEMENTE DO PASSADO EM QUE OS GAYS ERAM TAXADOS COMO GRUPO DE RISCO,HOJE SOMOS RESPEITADOS PELO QUE SOMOS E TEMOS TOTAL LIBERDADE DE DEMONSTRAR O QUE SENTIMOS PERANTE A SOCIEDADE,SOMOS APROXIMADAMENTE 10% DA POPULAÇÃO MUNDIAL, E ARRASTAMOS UMA GRANDE MASSA CONOSCO QUE PODE MUDAR O MUNDO DE ACORDO COM NOSSAS VONTADES,O LANCE DE HOMEM COM MULHER SE BEIJANDO É ALGO ULTRAPASSADO,ATUALMENTE SER GAY É QUE É MAIS VALIDO, POR ISSO DEIXEI MINHA NAMORADA E HOJE TENHO COMO PARCEIRO UM GRANDE BROTHER MEU CHAMADO RENATO,ELE ME COMPLETA E POSSO SER HOMEM E MULHER DELE AO MESMO TEMPO, NÃO TEM ISSO DE ATIVO E PÁSSIVO, MAS SIM, MUITO RESPEITO, CARINHO E AMOR.
NOSSAS FAM,ILIAS AINDA NÃO ACEITAM TOTALMENTE NOSSA PAIXÃO,MAS E SÓ UMA QUESTAO DE TEMPO, TABÚS FORAM FEITOS PARA SEREM QUEBRADOS E ESSE SERÁ APENAS MAIS UM QUE NOS LIBERTARÁ DE TODOS OS CONFLITOS EXISTENTES NA CLASSE MODERNA ATUAL, OS HOMOSEXUAIS.

fudeu com minha banda

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tédio: O Pior de Todos!



"Participe da hilariante aventura da vida!"

             De todos os sentimentos existenciais conhecidos, o tédio é o pior de todos. Não importa se você é médico e salvou uma pessoa ou se é pedreiro e construiu um muro, mas cedo ou mais tarde você vai ter uma sensação que muitos já tiveram ou vão ter: Tédio.
            Essa sensação de tudo que você fez , está fazendo ou fará aparenta não ter significado algum, é uma merda. Porque “ele” meio que zomba de nós! Tipo “Rá rá por que você está tão entediado? Você sabe que não importa o que você consiga na vida, a sensação de acordar às 11h da manhã de um domingo vai ser tudo que eu posso lhe propiciar.”
            Na minha opinião o tédio é o pior.
            Quando você está triste, passa.
            Quando feliz, também.
            E geralmente quando se está muito feliz, talvez aconteça alguma coisa que faça-o ficar menos alegre, digamos assim. O mesmo acontece quando estamos tristes, dá pra “sorrir” mesmo de modo desesperador da situação (quase sempre não dá não ), mas o tédio...
Putz...
Nem sei porque tô escrevendo isso!
Hoje é Domingo, são 11h e eu acabei de acordar!!!!!


PS. ignorem tudo que eu disse acima.
Obrigado.

sábado, 23 de outubro de 2010

As Palavras Certas.


             Certa vez era primavera em Paris (França), onde próximo a Torre Eiffel havia um Cego com sua tradicional vasilha para recolher esmolas e uma louça com os dizeres: “UMA ESMOLA PARA O CEGUINHO”.
            Naquele dia o “negócio” de esmolas estava em baixa e a vasilha do nosso estimado ceguinho encontrava-se quase vazia, salvo duas moedas, que outrora lhe foram dadas por uma simpática velhinha que ali passara.
            Ao ver a situação do ceguinho um rapaz aproximou-se, mas nada disse, pegou a louça apagando o que estava escrito e escreveu algumas palavras, colocou a louça novamente no mesmo lugar onde tinha pego e foi embora seguindo seu caminho. Uma coisa estranha aconteceu, logo após a ida dele, começaram a “chover” bastantes esmolas na vasilha do ceguinho que chegou a ficar lotada de tanto dinheiro. Com aquele dinheiro todo ele não vai precisar mendigar por um bom tempo!
            Ao longe o rapaz que tinha escrito na louça passou próximo ao ceguinho novamente, então o ceguinho que tinha decorado seus passos e o aroma de sua loção pós-barba falou: “Hei, hei, você! Eu sei que foi você que escreveu na minha louça e logo depois minha sorte mudou, te agradeço desde já, mas por favor, me fale, o que você escreveu, o que disse, para que tocasse o coração dessa gente e eles começarem a me ajudar?”
            O rapaz olhou para ele sorriu e depois disse: Eu apenas usei as palavras certas meu amigo, com as palavras certas, você consegue tudo que você desejar...”
            Logo após dizer isso ele foi embora deixando o ceguinho falando sozinho sem saber o que foi escrito. Então ele sentiu o perfume cítrico que vinha de uma joven, que deveria ter seus vinte e poucos anos e ele pediu para que ela lê-se para ele o que estava escrito na louça, pois ele não sabia.
            Então,  com uma voz tranquila leu o que estava escrito: “HOJE É PRIMAVERA EM  PARIS E NÃO POSSO VÊ-LA”
            O ceguinho sentiu o salgado de suas lágrimas escorrerem até seus lábios pegou seu dinheiro e foi embora.

sábado, 16 de outubro de 2010

Mulheres e a Onipresença Divina.


             

              Será mesmo que Deus consegue está em todos os lugares ao mesmo tempo?
Dependendo de sua fé ele está sim, mas um fato  pertinente é que as mulheres estão, não em todos os lugares ao mesmo tempo, mas, prestes a provar que poder e sensibilidade andam lado a lado.
            Confesso  as mulheres sempre fizeram/fazem um papel muito importante na minha vida e lembro que as coisas mais interessantes que  fiz foi tentando impressioná-las.Minha mãe,vó,tias, professoras, amigas,  sempre me esforcei bastante para ser admirado e respeitado por elas. Hoje direciono todo meu talento tentando impressionar minha amada e continuo fazendo ela sorrir das minhas piadas e postulações inocentes.
            Voltando ao assunto, elas sempre conseguem tudo o que querem de nós homens, e fazem com que pareça que estamos fazendo do nosso jeito, mas não meu caro, é sempre do jeito delas e só percebemos depois de muito tempo quando não tem nem mais graça.
            Quando você é criança lá pelos 10 anos de idade você começa a olhar para as meninas de forma diferente, nessa fase você só vai conseguir alguma coisa no “pêra, uva, maçã ou salada mista” se for “bonito”, então vai receber muitos aperto de mãos em vez de “saladas mistas”, lembro que fui muito cumprimentado nessa época. Hehehehe
            Quando chega a adolescência as garotas dizem que não ligam para a beleza física e querem caras inteligentes e legais, nessa época conhecia um monte de cara inteligente e legais que não pegavam ninguém, quem pegava todas eram os caras que ficavam 10h na academia de musculação.
            Hoje em dia só precisa ter dinheiro ou aparentar ter, ou ter um carro , logicamente que não são todas as garotas que são assim, mas a grana ajuda.
            A maioria dos caras quando é adolescente é meio inseguro com relação às mulheres, temos medo de termos nossa auto-estima ferida de alguma forma e nosso orgulho macho maculado por seres tão encantadores. Certa vez não faz muito tempo, estava andando com um amigo na rua e logo a nossa frente um pouco distante tinha um homem aproximadamente uns trinta anos de mãos dadas com uma menina que acho que devia ter uns oito anos. Meu amigo apontou e me perguntou :”cara, será que aquela menina é namorada daquele cara?”
            Eu olhei, prestei atenção nas roupas e principalmente no jeito de andar e disse: “Pelo jeito dela andar deve ser filha, ela anda feito criança e não tem “a malícia que toda mulher” tem quando caminha(menção honrosa ao poeta Noel Rosa).
            Não queria passar por preconceituoso e apressamos o passo e ultrapassamos os dois e eu perguntei as horas para ver o rosto deles e de fato a genética ali estava latente, se não fossem pai e filha, eram parentes em primeiro grau. Até hoje tudo que minha mãe fala eu paro para escutar, parece que as mãe sempre têm razão, impressionante isso, certa vez eu li que Deus não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo por isso iventou as mães, acho que isso põe por terra a onipresença divina.
  

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Laços Humanos





Natal na barca
Lygia Fagundes Telles

Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

— Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

— Mas de manhã é quente.

Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

— De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

— Quente?

— Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

— Mas a senhora mora aqui perto?

— Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje...

A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era sereno.

— Seu filho?

— É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem mas piorou de repente. Uma febre, só febre... Mas Deus não vai me abandonar.

— É o caçula?

Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo mas o olhar tinha a expressão doce.

— É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito... Tinha pouco mais de quatro anos.

Joguei o cigarro na direção do rio e o toco bateu na grade, voltou e veio rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

— E esse? Que idade tem?

— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado... A última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. E agora não tinha forças para rompê-los.

— Seu marido está à sua espera?

— Meu marido me abandonou.

Sentei-me e tive vontade de rir. Incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta porque agora não podia mais parar, ah! aquele sistema dos vasos comunicantes.

— Há muito tempo? Que seu marido...

— Faz uns seis meses. Vivíamos tão bem, mas tão bem. Foi quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, me falou nela fazendo uma brincadeira, a Bila enfeiou, sabe que de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito? Não tocou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda fez assim com a mão, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me deu um adeus através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio... Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

Olhei as nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido, via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma certa irritação me fez andar.

— A senhora é conformada.

— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?

— Acredito — murmurei. E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me. Agora entendia. Aí estava o segredo daquela segurança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas...

Ela mudou a posição da criança, passando-a do ombro direito para o esquerdo. E começou com voz quente de paixão:

— Foi logo depois da morte do meu menino. Acordei uma noite tão desesperada que saí pela rua afora, enfiei um casaco e saí descalça e chorando feito louca, chamando por ele! Sentei num banco do jardim onde toda tarde ele ia brincar. E fiquei pedindo, pedindo com tamanha força, que ele, que gostava tanto de mágica, fizesse essa mágica de me aparecer só mais uma vez, não precisava ficar, se mostrasse só um instante, ao menos mais uma vez, só mais uma! Quando fiquei sem lágrimas, encostei a cabeça no banco e não sei como dormi. Então sonhei e no sonho Deus me apareceu, quer dizer, senti que ele pegava na minha mão com sua mão de luz. E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso. Assim que ele me viu, parou de brincar e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Era tamanha sua alegria que acordei rindo também, com o sol batendo em mim.

Fiquei sem saber o que dizer. Esbocei um gesto e em seguida, apenas para fazer alguma coisa, levantei a ponta do xale que cobria a cabeça da criança. Deixei cair o xale novamente e voltei-me para o rio. O menino estava morto. Entrelacei as mãos para dominar o tremor que me sacudiu. Estava morto. A mãe continuava a niná-lo, apertando-o contra o peito. Mas ele estava morto.

Debrucei-me na grade da barca e respirei penosamente: era como se estivesse mergulhada até o pescoço naquela água. Senti que a mulher se agitou atrás de mim

— Estamos chegando — anunciou.

Apanhei depressa minha pasta. O importante agora era sair, fugir antes que ela descobrisse, correr para longe daquele horror. Diminuindo a marcha, a barca fazia uma larga curva antes de atracar. O bilheteiro apareceu e pôs-se a sacudir o velho que dormia:

- Chegamos!... Ei! chegamos!

Aproximei-me evitando encará-la.

— Acho melhor nos despedirmos aqui — disse atropeladamente, estendendo a mão.

Ela pareceu não notar meu gesto. Levantou-se e fez um movimento como se fosse apanhar a sacola. Ajudei-a, mas ao invés de apanhar a sacola que lhe estendi, antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, afastou o xale que cobria a cabeça do filho.

— Acordou o dorminhoco! E olha aí, deve estar agora sem nenhuma febre.

— Acordou?!

Ela sorriu:

— Veja...

Inclinei-me. A criança abrira os olhos — aqueles olhos que eu vira cerrados tão definitivamente. E bocejava, esfregando a mãozinha na face corada. Fiquei olhando sem conseguir falar.

— Então, bom Natal! — disse ela, enfiando a sacola no braço.

Sob o manto preto, de pontas cruzadas e atiradas para trás, seu rosto resplandecia. Apertei-lhe a mão vigorosa e acompanhei-a com o olhar até que ela desapareceu na noite.

Conduzido pelo bilheteiro, o velho passou por mim retomando seu afetuoso diálogo com o vizinho invisível. Saí por último da barca. Duas vezes voltei-me ainda para ver o rio. E pude imaginá-lo como seria de manhã cedo: verde e quente. Verde e quente.


Texto extraído do livro “Para gostar de ler – Volume 9 – Contos”, Editora Ática – São Paulo, 1984, pág. 67.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Deixai toda esperança,ó vois que entrais!!!


                                           


Dante e Virgílio "passeando" pelo Inferno.
                                                  

            Há alguns anos aconteceu aqui em Recife uma exposição de um famoso escultor francês chamado Auguste Rodin(1840-1917), lembro que na época eu não era tão ligado em artes e praticamente não conhecia nada sobre o assunto, hoje em dia gosto muito de artes clássicas e artes digitais mas ainda continuo não sabendo nada sobre elas.
            A questão é que fui ver a exposição, inclusive tenho o “canhoto” do ingresso comigo até hoje,lembro de ter chamado alguns amigos mas ninguém quis ir, então fui sozinho mesmo, chegando lá a maioria das esculturas era de Bronze ou Gesso, estavam lá as já clássicas “O Pensador”, “O Beijo”, “O Torso”, mas o que mais me chamou a atenção foi “Os portões do Inferno”, uma escultura de bronze com uns 3 metros de altura.
            O guia afirmava que essa escultura foi feita baseada na obra de Dante Alighieri(1265-1321), chamada A Divina Comédia, eu já tinha ouvido falar do livro e tudo mais, mas naquela época eu só lia História em Quadrinhos, então de certa forma foi um incentivo ao hábito da leitura (livros) que carrego comigo até hoje, mas não deixei de ler hqs.
            Saindo da exposição fui direto na biblioteca pegar os livros, pois a obra é dividida em: Inferno, Purgatório e Paraíso. É toda escrita em poesias, cantos, e não de uma linguagem muito simples, pelo menos para mim não era, não sei agora, só sei que A Divina Comédia, foi o livro que  devo ter passado uns  seis meses para concluir, mas me senti super orgulhoso quando terminei.
            Quando Dante era jovem ele foi noivo de sua prima que se chamava Beatrice, esta veio a falecer aos 15 anos de idade, e a única forma de diminuir seu luto foi  escrevendo uma das mais complexas e completas obras já escritas pelo amor de uma mulher.
            No livro junto ao Poeta Virgílio( Morto), Dante é o único homem vivo, a atravesar os ciclos do inferno, o putgatório e chegar até o paraíso para encontrar o grande amor da sua vida, confesso que a parte mais instigante é quando ele está no Inferno, pois lá ele encontra seus inimigos e inclusive alguns papas sofrendo repetidas penas, o Purgatório, é legal por causa dos filósofos, que não tinham pemissão para entrar no paraíso, mas o Paraíso é onde ele encontra Beatrice, pois ela é tão imaculada, que só estar a um degrau de Jesus na “Escadaria” celestial.
            Os tempos românticos se foram, o cara atravessou o inferno, para encontrar sua amada, aposto que se sua namorada/esposa/noiva pedir para você ir buscar ela no trabalho ou na faculdade, você vai cheio de má vontade hehehehe.



                                                    

Os Portões do Inferno
O Pensador
                                                                 
O Beijo
             

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mário Quintana



Poeminha do Contra.





Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!





Mário Quintana


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Precisamos Falar Sobre o Kevin


“ A expressão de Kevin era tranquila. Ainda exibia uns restos de determinação, mas esta já deslizava para a empáfia arrogante e serena de um trabalho bem feito. Os olhos dele estavam estranhamente desanuviados – imperturbados, quase pachorrentos – e, reconheci a transparência daquela manhã (...) Aquele era o filho estranho, o menino que largara o disfarce vulgar e evasivo do quer dizer e do eu acho e o trocara pelo porte de chumbo e pela lucidez do homem que tem uma missão” página 443.


            O trecho acima foi extraido de um excelente livro que acabei de ler faz algumas semanas:“Precisamos Falar Sobre o Kevin” da escritora norte americana Lionel  Shriver.Sempre que eu ia alguma livraria a capa do livro me chamava a atenção, ela é bem sinistra e confesso que não consigo encará-la por muito tempo; peguei o livro e li a orelha, falava sobre Kevin Khatchadourian um jovem de 16 anos que mata uma professora e alguns colegas de sua classe, bem ao estilo “Tiros em Columbine” do grande documentarista Michael Moore,quando terminei de ler a orelha do livro pensei: Que merda, já fizeram até um filme sobre isso.
            Deixei o livro para lá pensando que deveria ser mais um livro escrito por uma griga desconhecida querendo lucrar com tragédias familiares. O tempo passou e estava eu na Biblioteca Central e vi o livro novamente por acaso, mas uma vez a capa me chamou a atenção, o livro é um calhamaço de mais de 400 páginas,  resolvi arriscar e levei o livro. Não vou contar a história do livro nem fazer nenhuma crítica literária sobre o mesmo, pois não sou gabaritado para isso, mas o livro todo é a uma narrativa da mãe de Kevin, Eva Khatchadourian, através de cartas destinadas para o pai de Kevin.
            É a pespectiva da mãe de um assassino, um jovem de classe média alta que tem tudo, que mora em um país em que tudo funciona, cabendo no romance uma forte conotação socio-política que o torna a leitura mais interessante.“Precisamos Falar Sobre o Kevin” é o tipo de livro impactante que te faz pensar sobre o assunto vários dias após término da leitura. Ele já é meio antigo foi lançado em 2007 e ouvi dizer que estão fazendo uma versão cinematográfica , espero que não seja decepcionante, mas mesmo assim quando lançar irei ir ao cinema .
            Pretendo dar algumas dicas literárias, histórias em quadrinhos ,filmes, bandas e tudo que eu achar interessante postar aqui nessa bagaça.
             

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

É só uma fase...


           Sempre que algum amigo meu tem um problema e vem me dizer, eu  digo: É só uma fase cara, depois isso vai passar, não fica pensando besteira. Costumo falar isso para mim também.Quando fico aperriado com alguma coisa eu olho pra cima (literalmente), hehehehe, eu li não sei onde, que o ato de você erguer a cabeça e olhar pro alto ativa alguma coisa no seu cérebro que causa a sensação de bem-estar, comigo às vezes funciona, mas de alguma forma eu deva ter condicionado minha cabeça a acreditar que  isso vá me dar algum conforto.
            Uma coisa eu tenho certeza (e eu odeio ter certezas, prefiro dúvidas), os problemas sempre existirão, independente da classe social, idade, estato físico e mental. O que pode ser um estorvo para você pode não ser para mim e vice-versa. Ter uma crise existêncial do tipo “minha vida é uma merda eu não consigo arranjar uma namorada”, “minha vida é uma merda porque eu estou sem trabalhar”, “minha vida é uma merda porque meu emprego é uma merda” são questões ridicularmente ínfimas e tal vez um pouco egoístas comparadas a algumas situações que é só sair nas ruas ou visitar hospitais públicos de tratamento contra o câncer por exemplo conversar com alguém que está na fila de um trasplante para receber um coração que percebemos que: Não! Sua vida não é uma merda, meu caro!
            Há quem venha filosofar e dizer que os problemas só são problemas dependendo da importância que você der a eles, isso deve funcionar para alguma crise existêncial de algum “filhinho de papai”, mas me faz um favor;não vem com essas conversinha para boi dormir pro meu lado que não cola. Se a vida é realmente dinâmica (e ela é.) não são pedrinhas na estrada que vão te derrubar mas sim um paralelepípedo arremesado contra você.
            Acho que essa busca pela “felicidade” é o que ferra com tudo, uma coisa que aprendi com a filosofia existêncialista, é que isso não existe. Felicidade é um estado momentâneo,  não uma meta a ser alcançada, você está feliz, você está triste, você não será 24h por dia do seu dia feliz ( a não ser que esteja drogado), e não vai ficar 24h por dia triste (a não ser que esteja com depressão, que é uma doença muito grave) então o que eu quero dizer é que os problemas te deixam mais fortes de alguma forma mas isso não do dia para noite, é a longo prazo.
            Não quero parecer indifrente ao meus problemas nem aos problemas dos outros, não é isso, tomemos um exemplo, às vezes planejamos fazer algo durante a semana e isso não acontece por algum motivo e ficamos frustrados, imagina durante nossa vida?
           Tento diminuir os meus problemas e acreditar que os problemas serão proporcionalmente mínimos ao prazer que eu terei de ser livre para acertar, errar, amar e odiar até um dia (como sempre acontece) achar engraçado e dar risada deles depois.
           

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tribos.



            Nas ùltimas semanas tenho visto na televisão um programa  chamado “Tribos”, ele é exibido às quartas-feiras lá pelas 23h na TV Brasil, Canal 11 ,trata-se de um documentário da rede inglesa BBC. No programa um pesquisador chamado Bruce Parry viajou durante 1 ano ao redor do mundo para viver conforme os mesmo hábitos de populações mais remotas que existem no planeta.
            O mais interessante desse programa é que Bruce demostrava muito respeito e admiração por culturas muito diferentes da sua o que lhe colocava em situações bastante engraçadas e inusitadas tanto para ele quanto para a tribo em que ele esteja hospedado. Essa linha tênue entre o medo de fazer algo errado, que pudesse ofender alguém, e não entrar em determinadas situações que poderiam custar sua própria vida foi muito interessante e quase sempre muito divertida para quem está sã e salvo vendo tudo pela televisão.
            Ele viajou  para várias sociedades não vou listar aqui mas no site tem com mais detalhe essa sua jornada : http://www.bbc.co.uk/tribe/
 Passando por situações de extremo cansaço físico e mental, pois adaptar-se a uma cultura já existente há milênios em apenas 1 mês não é fácil para ninguém. Mas ele estava ali para ser um integrande da tribo onde geralmente todos têm seu papel definido, ele não queria ser um estorvo, um peso para a harmônia da aldeia,ele foi adotado para estar entre os seus, mesmo que isso signifique,  beber sangue de boi, comer morcego, vermes, passar fome , receber cusparada na cara de anciãos (cusparadas de sangue de boi), andar correndo sobre bois, pescar concrodilos e comê-los, tomar drogas alucinógenas entre outros hábitos culturais incomuns para nós mas comuns  para os povos visitados.
            O engraçado é que ele sempre se dava mal de alguma forma  e você não entendia  nada do que os nativos diziam mas eles sempre estavam rindo dele, como se ele fosse uma pessoa que nunca fazia nada direito, inclusive as mulheres achavam engraçado aquele inglês tantando fazer parte do grupo, coisa que tenho que adimitir ele conseguiu.
             logicamente, algumas coisas não deixaram ele fazer como quando ele foi visitar os Suris uma tribo que fica na Etiópia  em que eles lutam entre si com bastões, faz parecer “Ultimate Fight” briga de travesseiros, é um esporte bem violento,mas só assim o jobem Suri era visto e respeitado por sua tribo e pelas mulheres, pois esse esporte tinha um objetivo comum: se exibir para as mulheres da tribo.
            Não deixá-lo lutar foi bastante sensato, pois ele poderia se machucar gravemente, perder um olho ou até morrer e mesmo se ganhasse não ia ter mulher nenhuma da tribo.As mulheres Suris  usam um alargador nos lábios inferiores e extraem os dois dentes inferiores frontais desde muito jovens para ficarem com os lábios super esticados, se elas não fizerem isso os homens não se sentem atraídos por elas, algumas mulheres não fazem e ficam sem se casar, pois não se tornam atraentes. Um explicação para terem os lábios dessa forma desde muitas gerações pregressas foi o fato de quando os caçadores de escravos vinham pegá-los não levavam suas mulheres por causa da aparência.
            Sempre que ele chegava a uma tribo  ele era “adotado” e ficava morando na casa/cabana de seu pai e mãe adotivos, era tratado como um filho de fato.Eu sei que muita coisa é editada em um programa de televisão, mas acredito que as lágrimas de tristeza destas pessoas quando ele ia embora não sejam truques de imagem, foi bastante comovente em algumas situações.
             O mais importante disso tudo foi que de alguma forma, esse documentário provou que apesar do avanço tecnológico nos dar a impressão de que o mundo é pequeno, ele é muito maior do que pudemos imaginar e quem  sabe percebermos que não somos tão diferentes dessas pessoas assim.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ora, direis ouvir estrelas!

            Apesar de algumas pessoas acharem que eu quero me matar,(“Pai, perdoai eles não sabem o que fazem”) não me passa isso pela cabeça. Só porque eu escrevi um texto sobre insônia (que é uma patologia comum) e sobre como às vezes era um saco ser adolescente ( mas também era muito bom e nessa fase também me divertir bastate), tenho muitos motivos para viver e continuar vivendo.
      Tenho saúde, comida na mesa, uma cama para dormir e uma namorada que me ama e me admira tanto quanto eu a ela. Pensei em escrever sobre algo mais leve, mas quem sabe voltarei ao lúgubre quando eu estiver afim.
            Minha vida está dividida em antes e depois de conhecer minha atual namorada ,Karla Vieira, muita coisa mudou, aprendi muito com ela, valores que eu não tinha, não virei santo ou coisa parecida mas sou uma pessoa melhor. Dedico uma poesia que não é minha mas de um poeta que admiro muito chamado: Olavo Bilac “O Príncipe dos Poetas.” Essa poesia se chama Via Láctea e é sobre um cara que está apaixonado e consegue conversar com as estrelas, não sou muito fã de poesia Parnasiana mas sempre que leio essa poesia penso em minha namorada e consequentemente quero ser uma pessoa melhor por causa disso.
            Amor, Obrigado por me fazer muito feliz.
Amo-Te Karla.

Via Láctea

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas"
( Olavo Bilac)



segunda-feira, 6 de setembro de 2010

W. Ser

A vantagem de  ser jovem, é você achar que pode fazer o que quiser, principalmente, com relação às artes. É tipo... Ah! Foda-se! Vamos fazer mesmo. Há uns 5 anos eu lia muito um filósofo alemão chamado Arthur Shopenhauer (1788 - 1860) cujo pensamento era consolidado no pessimismo e outras coisas às quais eu me enforcava diariamente, para tentar entender o mundo.
Era complicado.
            Hoje em dia desisti de entender o mundo e tudo ficou mais simples do que eu imaginava. Depois de passar anos me nutrindo com tais pensamentos, que me renderam uma série de textos, músicas e poesias, resolvi escrever um roteiro; para tentar quem saber fazer um vídeo (sem dinheiro, foi difícil mas não menos divertido), então vamos fazer!!!
             Logicamente não fiz nada sozinho, uma parte do roteiro foi escrita por mim com a ajuda de dois amigos Gabriel Muniz e Paloma Santanna (que inclusive nunca mais ouvi falar), depois de batalhar muito, conseguimos o  apoio na escola onde nós estudávamos, conseguimos o lugar para gravar(na própria escola), e por pura sorte, conseguimos uma atriz, que não era profissional, mas tava lá porque gostou da idéia, então já fazia parte do time.
                 Foi complicado fazer esse curta, mas foi muito divertido,ninguém quis dirigir, porque se ficasse uma merda, acho que não queriam seu nome nos créditos rsrrsrsrsrs, então eu fui o "diretor",mas no dia da filmagem todo mundo falava e dava opinião, então todo mundo dirigiu essa porra.A idéia original era gravar o vídeo para ser exibido no "Festival do Minuto", um festival temático onde só poderiam ser exibidos filmes de até 1 min de duração.
                 Não conseguimos filmar a tempo para o festival e quando terminamos de filmar o vídeos tinha mais de quatro minutos, o tema do "festival naquele ano (2005), era banheiro, então por que não fazermos um filme sobre filosofia e banheiro? 
          Foi o que fizemos. 
 O vídeo é sobre uma garota (não têm diálogos e ela não tem nome), que numa simples ida ao banheiro, ao ler algumas frases de cunho filosófico nas paredes, de certa forma a deixam transtornada e mudam sua perspectiva do mundo,da vida e da morte em si.Lembro que a parte mais divertida do curta  foi pichar as paredes do banheiros da escola, onde a gente só escrevia putaria, e desenhávamos falos, bundas e vaginas rsrsrsr e a pior parte foi ter que limpar tudo no final do dia. depois de pronto e editado, o que demorou uma pequena eternidade para ser feito, nós o exibimos no Programa "Curta PE" onde eu e Gabriel falamos sobre o vídeo, ele foi exibidos algumas vezes na UFPE , pois Gabriel tomou gosto pelo Cimena e hoje faz esse curso na Universidade. Das pessoas que participaram dessa história toda, a única que às vezes falo por telefone é Gabriel o restante não sei que fim levou, foi divertido fazer o vídeo, quando assisto ele começo a dar risada das merdas que nós fizemos e deixamos passar , como éramos amadores, mas Ah! Foda-se! Se não tivéssemos feito talvez eu estaria escrevendo aqui como da vez em que eu queria fazer um vídeo e não conseguir... 
PS: Gostaria de agradecer a todo mundo que participou do vídeo direta e indiretamente foi muito importante para mim, muito obrigado.
Assistam, se vocês não gostarem ou não entenderem não culparei vocês.
 

domingo, 5 de setembro de 2010

Quando as Mariposas são Anjos.

Quase sempre quando deito na cama não consigo dormir de imediato, acho que faz uns vinte anos que não consigo dormir direito. Quando eu era criança e passava o dia brincando, correndo,ou seja, sendo criança, quando deitava na cama para dormir fechava os olhos e ao abrí-los, parecia que não tinha havido noite e  simplismente já era de manhã.
            Quando fui crescendo conheci uma companheira que estaria ao meu lado durante anos de minha existência: A Insônia.Mesmo quando trabalhando e estudando a noite ( coisa que muita gente faz), acordando às 5h e indo dormir de meia-noite, nunca consguir deitar, fechar os olhos e dormir de fato, sem passar pelo menos um bom tempo deitado na cama sem dormir.
            Quando eu fazia alguma merda no trabalho ou magoava alguém, ou quando falava que fantasmas não existiam, ou criticava a existência de Deus ou falava mal de alguém que morreu (sim, às vezes falo e faço muita merda) era/é deitado na cama que isso vinha na minha cabeça pra me cobrar das formas mais aterradoras possíves. Lembro de quando eu era criança e a fase de “dormir desmaiar” passou, veio uma fase que demorou muito a passar que foi a fase dos “Pesadelos”, eu tinha tantos pesadelos que após rezar pra Deus proteger minha famíla e tudo mais eu praticamente imploráva para não ter pesadelos...
            O pior dos pesadelos pra mim era o acordar.O fato de acordar de madrugada, morrendo de medo de levantar da cama (uma beliche no qual eu dormia encima e meu irmão mais novo dormia embaixo) para atravesar o corredor escuro e ir até o quarto dos meus pais, para mim era uma segunda fase desse pesadelo e quando a porra da porta tava trancada! Putz... só vim entender depois de adulto  por que eles trancavam a porta do quarto rsrsrsrsr.
            Algumas coisas mudaram, a fase dos pesadelos passou e me deu uma boa trégua, vez por outra aparece, mas ai eu ligo a televisão que durante a madrugada é pior que qualquer pesadelo que eu vá ter na vida e me dar vontade de dormir denovo rsrsrs.
Quando chove e eu deito para dormir, ouço um monte de mariposas se chocarem na lâmpada do meu quarto; como se fossem anjos se perguntando, o porquê de não poderem mais entrar no paraíso, eu sempre tive essa viagem na minha cabeça de Mariposas Anjos, acho porque elas são mais agressivas que as borboletas por exemplo,ou porque elas ficam na luz a noite toda e mesmo quando a luz se apaga continuam metendo a cara na lânpada, tento sentir paz quando associo o fato de as mariposas serem anjos pelo menos por tempo suficente para eu pegar no sono novamente.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Espírito Jovem

Sim. Agora tenho um Blog.
Apesar de tê-lo criando há algumas semanas, só hoje resolvi postar algo.Faz um tempinho que terminei de ler a biografia do Kurt Cobain ("Mais pesado que o céu/paraíso" do Charles R. Cross) e tenho digerido sua históra de vida, desde sua infância marcada pelo divórcio dos seus pais, sua adolescência dormindo na casa dos outros e seu envolvimento com o sucesso e as drogas, tudo isso agregado a uma dor insuportável de estômago, cuja razão nenhum médico sabia o porquê.Confesso que gosto de Rock, apesar de não ser mais um adolescente sempre ouço bandas que me cativaram nessa fase de minha vida,quando conheci o Nirvana, seu vocalista já havia se matado há uns 3 anos e só vim descobrir isso pela televisão, já que onde eu morava não passava nenhum canal musical interesante e também não tinhamos computador e muito menos internet, que nos idos dos anos 90 era surreal pelo menos pra mim que era um legítimo filho da classe operária, apenas um eufeminsmo para: pobretão.
Para mim ser "roqueiro" era bastante conveniente, pois além da atitude que eu achava que eu tinha, ao usar uma calça jeans velha (pois só ganhava uma por ano) e um tênis (que também só ganhava um par por ano, e usando-o para todo e qualquer evento social, inclusive a escola), qualquer camisa preta ou de banda me fazia um "rebelde do rock", já que quando eu era adolescente só quem conseguia pegar mulher era quem frequentava casas de pagode ou era muito bonito ou tinha $abedoria $uficiente para $e dar bem com as mulheres, eu não tinha nenhuma dessas qualidades. Juntando isso a vinhos baratos (vinho carreteiro) e acordes mal executados em violão de nylon e um pouco de revolta que é bem peculiar a alguns adolescentes me considerava "roqueiro", mas do tipo que não se drogava e não tinha as chaves de casa, para não chegar em casa de madrugada, pois meus pais ó dormiam quado eu estivesse sã e salvo em casa na frente da TV rsrsrsrsr.Quando eu terminei o livro sobre kurt cobain fiquei um pouco estarreicido como as pessoas não enxergavam o sofrimento dele! o cara era um maníaco-depressivo desde os 9 anos de idade! ele estava dando todos os sinais de que iriar dar cabo da própria vda! RIP Kurt...
Minha vida "Smells Like Teen Spirit" parece um mar de rosas comparada com a que a dele foi, mas cada um sabe a vida que tem e os problema que enfrentou e enfrenta pra contiuar vivendo e sonhado em ser uma pessoa melhor e casar e por crianças no mundo, que vão correr e voar no seu pescoço quando você chegar cansado física e psicologicamente do trabalho.Às vezes acho isso muito comovente, às vezes acho um super clichê, às vezes fico encantado com alguamas atitudes das pessoas que convivem comigo ou conviveram.Quando eu era adolescente eu achava todas as pessoas ridículas mas percebia que muitas vezes eu era muito mais que elas...